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CONVIVÊNCIA E PROBLEMAS

 

Vez por outra encontramos pessoas que afirmam não ter problemas. Essas pessoas estão no trabalho, no grupo de oração, nos conventos, nas Igrejas católicas e evangélicas. As vezes fico até abismado quando ouço alguém dizer: “não tenho problemas”. Pobre coitado, ainda não aprendeu a viver. Todos nós temos problemas com outras pessoas. Não podemos escapar deles. Ele está visível na família e nos outros. Desde criança já vivemos em constantes conflitos. Pais autoritários demais, pessoas nervosas, pessoas desequilibradas, gente que consomem bebidas alcoólicas.

Até os amigos não escapam. Quando um deles nos convida para ir em um determinado local onde não gostamos, já é um problemas para nós. Começa então um conflito de pequeno porte. Cabe a nós dizer sim ou não. Dizer não nos torna culpados, mas liberta-nos de uma culpa. Independente de ser amigos ou família, quando estou muito cansado ou ocupado é vital que se diga um não. Se a pessoa vai entender ou não é um problema dela. A amizade não acaba simplesmente porque digo um “não”.

Vejamos um exemplo: digamos que no dia tal chegará um primo de um de meus amigos  e ele me pede para buscá-lo no aeroporto e eu muito cansado do trabalho quero a todo custo dizer “não”, mas fico com medo de magoar meu amigo e vou contra minha vontade, me perguntando: “ Por que ele não foi? Por que tem que ser eu?” Medo e frustração são os principais sentimentos que aparecem na hora.

Digo ainda que as pessoas que não tem problemas não merecem viver. É melhor que se jogue de um abismo e caia em cima de uma pedra, do que dizer que não tem problemas. A vida apresenta problemas a todos e é natural. A pergunta chave é: Como lidar com esses problemas e conflitos? Eu diria que é preciso enfrentá-los adequadamente, sem se desesperar na hora em que aparecer um conflito que exige de nós uma resposta imediata.

Vejamos outro exemplo: quando há um conflito entre dois galos, a reação é de luta ou fuga  para um dos indivíduos. Assim, acontece conosco quando estamos diante de um conflito. Ou lutamos e perdemos completamente a razão. Lutar envolve agressão verbal. Ou fugimos sem dar satisfação ou resolvemos verbalmente, se é que temos essa capacidade. O diálogo é a melhor forma de se resolver um  problemas. Ambos vão sair com uma sensação de alívio. Quando agimos com agressão, torna-se fuga. Não é a maneira correta de resolver um conflito. Aprendemos muito bem com  nossos pais a não revidar diante de um conflito.

A raiva e o medo são gerados quando fugimos de determinado problema. A única coisa que devemos ter nesses momentos, é a capacidade verbal, para assim manter o equilíbrio diante de qualquer conflito que venha acontecer conosco. Todos nós ficamos com raiva e medo e não necessariamente é uma doença. Faz parte de nossa vida, porque convivemos com vários tipos de pessoas. Cabe a nós saber lidar coma raiva e o medo, pois eles podem causar depressão. Mas se estamos em depressão é porque sentimos falta de alguma coisa que fazíamos antes. Ou existe algo que nos deixou frustrados.

A depressão comum é aquela que sentimos dificuldade para fazer outra coisa a não ser dormir, comer, assistir televisão e andar pela casa. A depressão e o isolamento não oferecem benefícios. Se relacionar com as pessoas nos ajuda a mantermo-nos firmes diante de um problema. A depressão só desaparece quando voltamos a fazer as atividades do dia-a-dia. Esse é um dos pontos que cura a depressão. Diante disso sabemos que nossos conflitos são provocados por outras pessoas e no trato com outras pessoas.

Muitos de nós temos a incapacidade verbal de resolver problemas. Temos uma grande “burrice” de não pensarmos naquilo que falamos. Somos  “analfabetos” na terapia da escuta. Com raiva e com medo, não se pensa com clareza. Aí nos leva a tomarmos decisões precipitadas e depois vem o arrependimento, que é um dos principais fatores para gerar a depressão.

Deixemos que morra em nós a velha criança e nos abramos para um relacionamento mais sincero e eficaz. Todos os  dias convivemos com pessoas diferentes de nós. Conviver com o diferente exige de nós capacidade verbal para resolver conflitos e problemas.

Sintamo-nos  bem e vivamos a vida na unidade e na harmonia.

 

 

 

Erivelton Pereira